sexta-feira, 3 de outubro de 2014

“Mãe Cida” Uma lenda Passirense


A viúva de Antonio Laurentino, prefeito de Passira nos primeiros anos da década de1990 sabe como ninguém conquistar as pessoas. Mesmo sendo tucana, filada ao (PSDB) partido que geralmente representa as classes de elite. Aparecida Laurentino, vulgo, Cida e mais vulgo ainda “mãe Cida” era uma mulher do povão. Herdou do marido morto, toda o seu  prestigio político e foi  prefeita da cidade entre 1997 a 2004. Cida recebia o povo de Passira na sua própria casa. Era quase uma lei municipal passar na casa de “mãe Cida” pra tomar um cafezinho com pão. Posso apostar que a expressão “tirar a mamada” surgiu em Passira. Essa pequena cidade do agreste Pernambucano sofre com as “mazelas” políticas que são tão criticadas no Brasil.  Por lá o voto de cabresto é algo tão comum que o povo vota dessa maneira há anos e nem percebe.  Na reeleição de Cida em 2000 a expressão mais ouvida na cidade era o engraçado questionamento “Quando esse povo vai largar o peitinho?” A questão do “mamar no peito de mãe cida” foi muito provavelmente tirada da forma física da nossa excelentíssima prefeita, que na época era um pouquinho “rechonchudinha”.

Amante de uma maquiagem carregada e marcante ela adorava usar enormes brincos de ouro e um batom vermelho sangue. A simpatia dessa senhora de meia idade era inquestionável. Como candidata sabia como ninguém transformar um simples e corriqueiro comício de meio de semana em um instigante espetáculo político. No “palanque do povo”: nome dado ao caminhão que servia de palco nas reuniões feitas na zona rural. Cida rasgava o verbo. E independente do adversário em questão, todo mundo esperava com ansiedade por seu discurso. As alfinetadas e revelações bombásticas muitas vezes até da vida pessoal dos seus opositores era a garantia do seu sucesso. Em cada distrito do município ela deixava um ou dois seguidores fieis. Isso revoltava o resto da população que via as famílias desses tais “seguidores” usufruírem de vários cargos da prefeitura, enquanto todo o resto do povo se virava para viver da agricultura, ou furando os dedos na atividade do bordado manual. Cida sabia muito bem o que cada distrito gostava de ouvir e conhecendo a cidade como a palma de sua mão, mantinha a população em seu domínio. Um Funcionário da prefeitura, por exemplo, tinha obrigação  de votar em “mãe Cida”, se não votasse, era mais do que justo perder o “petinho”: emprego ou contrato com o governo municipal.  E Claro que isso não era escancarado, porém o funcionário que não fosse aos comícios ou não colasse a foto de “mãe Cida” na sua parede era passível de um “puxão de orelha”.

Cida cumpriu sua missão, eleita por dois mandatos, saiu da prefeitura em 2004, quando colocou seu vice pra disputar a prefeitura e perdeu com uma diferença apertada de apenas 58 votos. Em 2008 perdeu novamente para Miguel Freitas. Na atualidade, seu partido voltou ao poder, porém o Prefeito é Severino Silvestre, um dos braços fortes de Cida nas eleições do passado. Nossa querida “Dama de Titânio” se encontra bem mais light hoje em dia. Fez uma cirurgia de redução de estomago e aposta no seu filho Júnior Laurentino pra o futuro da cidade.

Até hoje há quem ame de paixão sua estilo de fazer política, porém também existem aqueles que sempre recorrem a ao seu período de governo para evidenciar onde as mazelas Passirenses teriam começado....


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