A saga de um
nordestino que fez fortuna e hoje é um dos homens mais ricos do país. Nas
tramas paralelas, todas aquelas situações que prendem o telespectador desde que
as telenovelas viraram “febre nacional”. Entre elas a filha bastarda, a amante
que é mantida em segredo, o interesse dos pais em fazer com que os filhos casem
com pessoas ricas, ciúmes, vida dupla, comédia e muitos outros
ingredientes que comprovadamente, redeem um bom folhetim.
Império e
despretensiosa. Não levanta, pelo menos diretamente, nenhuma bandeira social,
nem sai em defesa de nenhuma campanha de conscientização. Porém, esse é um
exemplo clássico dos contextos populares que o pernambucano, Aguinaldo Silva,
adora explorar. A frente da atual trama das 21h o autor diz que acima das
questões sociais, as novelas precisam entreter o público. Nesse quesito sua
obra tem cumprido o prometido, a venda de revistas de fofoca e a audiência do
horário voltaram a crescer freneticamente. O time de atores é afinado, não se
ouve criticas duras sobre suas atuações. Alexandre Nero que dá vida ao Comendador José
Alfredo Medeiros é bem mais novo que o seu personagem, sua caracterização
começa cedo lá pelas bandas do PROJAC. O ator é submetido a uma maquiagem transformadora
pra se tornar um homem de cinquenta e poucos anos, ele ganha várias rugas e
marcas de expressão. Com Caio Blat, que vive o João Pedro, filho mais
velho do comendador, acontece o contrario, ele é bem mais velho que o seu
personagem, porém a genética foi muito generosa com ator, e assim, fica
"aceitável" ver Alexandre Nero, que tem quase a mesma idade que Caio
ser pai dele sem grandes estranhamentos. Mas todas essas permissões são aceitas
por um motivo crucial, o convencimento.
O que mede o sucesso de uma obra de ficção é a capacidade que um autor tem de transformar sua historia em algo que todos, pelos menos por alguns minutos, acreditem ser real. Nisso o texto de Império conseguiu ser coerente. A força da trama central segura o público que tem sido fiel e ascendente. A novela começou marcando 30 pontos no IBOPE e hoje já consegue média geral de 35. Esses números eram tidos como preocupantes, há alguns anos atrás. Porém a crise na teledramaturgia brasileira e o surgimento de outros meios de se consumir o conteúdo televisivo, fez o que a os números de audiência sofressem algumas alterações. Depois que “Em Família” sua antecessora, massacrou o mais importante espaço de novelas da Rede Globo, chegando a marcar 21 pontos de audiência. A trama de Aguinaldo Silva teve como missão, recuperar a audiência perdida e aumentar repercussão que as novelas do horário, sempre tiveram. Além de cumprir as exigências, a novela vem conseguindo surpreender o público com as tantas reviravoltas que acontecem em pouco mais de 100 capítulos exibidos.
O que mede o sucesso de uma obra de ficção é a capacidade que um autor tem de transformar sua historia em algo que todos, pelos menos por alguns minutos, acreditem ser real. Nisso o texto de Império conseguiu ser coerente. A força da trama central segura o público que tem sido fiel e ascendente. A novela começou marcando 30 pontos no IBOPE e hoje já consegue média geral de 35. Esses números eram tidos como preocupantes, há alguns anos atrás. Porém a crise na teledramaturgia brasileira e o surgimento de outros meios de se consumir o conteúdo televisivo, fez o que a os números de audiência sofressem algumas alterações. Depois que “Em Família” sua antecessora, massacrou o mais importante espaço de novelas da Rede Globo, chegando a marcar 21 pontos de audiência. A trama de Aguinaldo Silva teve como missão, recuperar a audiência perdida e aumentar repercussão que as novelas do horário, sempre tiveram. Além de cumprir as exigências, a novela vem conseguindo surpreender o público com as tantas reviravoltas que acontecem em pouco mais de 100 capítulos exibidos.
Entre as sacadas
de mestre do Aguinaldo está a popularidade se seus personagens. Imaginem vocês
que o Comendador, até hoje preserva o seu sotaque nordestino, porém se arrisca
a falar várias palavras em inglês com esse mesmo sotaque que é genuinamente brasileiro.
Outro ponto importante é a personagem que tem nome de cobra e faz da
religião sua grande “mascara”. A problemática Cora, interpretada pela
brilhante Drica Moraes, comete as maldades mais impetuosas que você possa
imaginar com seu terços bizantino em
mãos. Entre os tantos pontos fortes, destaco também a grandeza de uma
personagem atrelada a grande atriz que é Lilian Cabral. A união de Lilian com
os atos passionais da sua Maria Marta, é algo muito bem construído.
A comédia fica por
conta de Paulo Betti, que faz um jornalista de celebridades, único. Téo Pereira
é quase uma paixão nacional e critica discretamente os vários colunistas de
celebridades que fazem de tudo para conseguir saber todos os detalhes da vida pessoal
dos famosos.
O pecado maior de
Império está justamente na ausência
de uma conscientização social
forte. O Brasil é um país que se diverte, se informa e até mesmo se educa frente
de um aparelho de televisão. A responsabilidade que esse meio de comunicação
tem nessa sociedade desigual e complexa é muito alta. Um produto como a
telenovela, que consegue atingir tantas classes sociais e realidades diversas
em um país de dimensões continentais como nosso, tem obrigação de mostrar
algo que além de divertir o público, acrescente. Seja por um
personagem que sofre preconceitos racistas, ou cai no obscuro mundo das drogas,
ou até mesmo um esclarecimento maior de uma doença que pode ser prevenida pela
população. Toda e qualquer de serviço social em televisão é válido. Isso é
apenas uma singela observação, que não compromete os números reais de
sucesso. A novela segue crescendo em números de audiência e
faturamento. Já é considerada um grande sucesso. O legado para
a eternidade será fraco, aposto que poucos vão lembrar de Império no
futuro. Mas entre erros e acertos, a novela tem acertado muito mais do que
errado, além do texto muito bem amarrado a sintonia com a direção, fez
o próprio autor admitir que a novela está sendo a
mais bem produzida da sua carreira. Isso tem agradado o consumidor final, que
responde positivamente de diversas formas.
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